A dipirona é um medicamento muito popular em humanos, usado para aliviar a dor e a febre causadas por diversas condições. Mas será que os gatos também podem tomar dipirona?
E qual é a dose adequada para eles? Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre o uso da dipirona em gatos. Vamos explicar para que serve esse medicamento, como dar para o seu felino, quais os possíveis efeitos colaterais e quais as alternativas mais seguras e eficazes. Acompanhe!
O que é a dipirona e para que serve
A dipirona é um medicamento analgésico e antipirético, ou seja, que age reduzindo a dor e a febre. Ela pertence à classe dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que são substâncias que inibem a produção de prostaglandinas, moléculas responsáveis por causar inflamação, dor e febre no organismo.
A dipirona é indicada para gatos como analgésico e antipirético nos estados dolorosos agudos ou crônicos e febris, de variadas origens. Por exemplo, ela pode ser usada para aliviar a dor após uma cirurgia ou um trauma, para diminuir a febre causada por uma infecção ou uma vacina, ou para tratar condições gastrointestinais ou urinárias que causem desconforto no animal.
No entanto, é importante ressaltar que a dipirona não trata a causa da dor ou da febre, apenas os sintomas. Por isso, ela deve ser usada como parte de um tratamento mais amplo, que envolva o diagnóstico e a terapia adequados para cada caso. Além disso, ela deve ser sempre prescrita por um médico veterinário, que vai indicar a dose, a frequência e a duração do tratamento.
Como dar dipirona para o gato
A dose da dipirona para seu pet depende do peso dele, do tamanho e das condições de saúde do animal. Em geral, a dose recomendada varia de 12 a 25 mg por kg de peso corporal do gato, administrada a cada 12 horas, por no máximo dois dias. Por exemplo, se o seu gato pesa 4 kg, ele pode tomar entre 48 e 100 mg de dipirona por dose.
A forma mais usada da dipirona é a de gotas, que contém 500 mg de dipirona por mL. Para dar esse medicamento ao seu gato, você deve misturar as gotas com água em uma seringa sem agulha e esguichar o líquido na boca do animal. Para saber quantas gotas você deve dar ao seu gato, você pode usar a seguinte fórmula:
Dose (mg) = Peso (kg) x Dose recomendada (mg/kg)
Gotas = Dose (mg) / 500 x 20
Por exemplo, se o seu gato pesa 4 kg e você quer dar 25 mg/kg de dipirona:
Dose (mg) = 4 x 25 = 100 mg
Gotas = 100 / 500 x 20 = 4 gotas
Portanto, você deve misturar 4 gotas de dipirona na água e dar ao seu gato com a seringa na boca.
Existem outras formas de apresentação da dipirona, como comprimidos ou supositórios, mas elas são menos comuns e devem ser usadas com cuidado. Os comprimidos podem ser difíceis de engolir pelo gato ou causar irritação na garganta. Os supositórios podem ser expelidos pelo ânus do gato ou causar inflamação no reto. Além disso, essas formas podem ter uma absorção mais lenta ou irregular pelo organismo do gato, o que pode comprometer a eficácia do medicamento.
Quais os efeitos colaterais da dipirona em gatos
A dipirona pode causar alguns efeitos colaterais nos gatos, que podem variar de leves a graves, dependendo da dose, da frequência e da sensibilidade do animal. Os efeitos colaterais mais comuns são:
- Dor no estômago ou intestino: a dipirona pode irritar a mucosa gástrica ou intestinal do gato, causando dor, má digestão, diarreia ou sangramento.
- Coloração avermelhada da urina: a dipirona pode alterar a cor da urina do gato, deixando-a mais avermelhada ou marrom. Isso não significa que o gato esteja urinando sangue, mas sim que a dipirona está sendo eliminada pelo rim.
- Pressão baixa: a dipirona pode diminuir a pressão arterial do gato, causando tontura, fraqueza ou desmaio.
- Arritmias cardíacas: a dipirona pode interferir no ritmo cardíaco do gato, causando palpitações, taquicardia ou bradicardia.
- Ardência ou coceira na pele: a dipirona pode causar reações alérgicas na pele do gato, como vermelhidão, inchaço, bolhas ou prurido.
Além desses efeitos colaterais, a dipirona também pode causar reações alérgicas graves nos gatos, que podem ser fatais se não forem tratadas rapidamente. Essas reações são:
- Choque anafilático: é uma reação imediata e potencialmente fatal que ocorre logo após o gato tomar a dipirona. Ela envolve uma resposta exagerada do sistema imunológico, que libera substâncias inflamatórias que afetam vários órgãos e sistemas do corpo. Os sintomas mais comuns são dificuldade respiratória, inchaço na face ou no corpo, vômito ou diarreia.
- Agranulocitose: é uma reação tardia e potencialmente fatal que ocorre dias ou semanas após o gato tomar a dipirona. Ela envolve uma diminuição dos glóbulos brancos no sangue, que são as células responsáveis pela defesa do organismo contra infecções. Os sintomas mais comuns são febre alta, fraqueza, sangramento nas gengivas ou no nariz, infecções recorrentes ou graves.
Como identificar e tratar as reações adversas da dipirona em gatos
É importante observar o seu gato após dar a dipirona, para verificar se ele apresenta algum sinal de reação adversa. Se você notar algum dos sintomas mencionados acima, você deve interromper o uso da dipirona e procurar orientação veterinária o quanto antes.
Se o seu gato vomitar ou salivar muito após tomar a dipirona, pode ser que ele não tenha ingerido a dose correta ou que ele esteja rejeitando o medicamento. Nesse caso, você deve limpar a boca do seu gato com um pano úmido e oferecer água fresca para ele beber. Você também deve informar o seu veterinário sobre o ocorrido e verificar se é necessário ajustar a dose ou trocar o medicamento.
Se o seu gato apresentar algum sintoma de choque anafilático ou agranulocitose, como dificuldade respiratória, inchaço na face ou no corpo, febre alta, fraqueza ou sangramento nas gengivas ou no nariz, você deve procurar atendimento veterinário de emergência imediatamente. Essas são situações graves que podem colocar a vida do seu gato em risco e que exigem um tratamento rápido e adequado.
O tratamento das reações adversas da dipirona em gatos depende da gravidade dos sintomas e pode envolver medicamentos antialérgicos, anti-inflamatórios, antibióticos, fluidoterapia ou transfusão de sangue. O objetivo é controlar a inflamação, a dor, a febre, a infecção e a perda de sangue, e restaurar o equilíbrio do organismo do gato.
Quais as alternativas à dipirona para gatos
Existem outras opções de analgésicos e antipiréticos para gatos, que podem ser mais seguras e eficazes que a dipirona. Esses medicamentos também devem ser prescritos por um médico veterinário, que vai indicar a dose, a frequência e a duração do tratamento. Alguns exemplos são:
- Paracetamol: é um medicamento analgésico e antipirético que age de forma semelhante à dipirona, mas com menos riscos de reações alérgicas. No entanto, ele pode causar toxicidade hepática nos gatos, se usado em doses altas ou por longos períodos. A dose recomendada é de 10 mg por kg de peso corporal do gato, administrada a cada 12 horas, por no máximo dois dias.
- Ibuprofeno: é um medicamento analgésico, antipirético e anti-inflamatório que age inibindo a produção de prostaglandinas. Ele pode ser usado para tratar condições dolorosas ou febris nos gatos, como artrite, otite ou piodermite. No entanto, ele pode causar úlcera gástrica, insuficiência renal ou sangramento nos gatos, se usado em doses altas ou por longos períodos. A dose recomendada é de 5 mg por kg de peso corporal do gato, administrada a cada 24 horas, por no máximo dois dias.
- Tramadol: é um medicamento analgésico que age bloqueando a transmissão da dor no sistema nervoso central. Ele pode ser usado para tratar condições dolorosas agudas ou crônicas nos gatos, como dor pós-operatória, dor neuropática ou dor oncológica. Ele tem poucos efeitos colaterais nos gatos, mas pode causar sonolência, náusea ou vômito. A dose recomendada é de 2 a 4 mg por kg de peso corporal do gato, administrada a cada 8 ou 12 horas.
- Morfina: é um medicamento analgésico que pertence à classe dos opioides, que são substâncias que imitam os efeitos da endorfina, o hormônio natural da dor. Ela pode ser usada para tratar condições dolorosas intensas nos gatos, como dor traumática, dor visceral ou dor refratária. Ela tem um alto potencial de dependência e pode causar depressão respiratória nos gatos, se usada em doses altas ou por longos períodos. A dose recomendada é de 0,1 a 0,2 mg por kg de peso corporal do gato, administrada a cada 4 ou 6 horas.
O mais importante é identificar e tratar a causa da dor ou da febre no seu gato, e não apenas os sintomas. Por isso, consulte sempre o seu veterinário antes de dar qualquer medicamento ao seu felino. Ele vai avaliar o seu gato e indicar o melhor tratamento para cada caso. Assim, você garante o bem-estar e a saúde do seu amigo peludo.
Espero que você tenha gostado do artigo sobre a dose de dipirona para gatos. Se você tiver alguma dúvida ou sugestão, deixe um comentário abaixo. Até a próxima!